sábado, 1 de janeiro de 2011

17ª SURATA - AL ISRÁ - A VIAGEM NOTURNA.

17ª SURATA -                                                                                                                              AL ISRÁ -                                                                                                                                               A VIAGEM NOTURNA.
Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.
1. Glorificado seja Aquele que, durante a noite, transportou o Seu servo, tirando-o da Sagrada Mesquita (em Makka) e levando-o à Mesquita de Alacsa (em Jerusalém), cujo recinto bendizemos, para mostrar-lhe alguns dos Nossos sinais. Sabei que Ele é Oniouvinte, o Onividente.
2. E concedemos o Livro a Moisés, (Livro esse) que transformamos em orientação para os israelitas, (dizendo-lhes): Não adoteis, além de Mim, outro guardião!
3. Ó geração daqueles que embarcamos com Noé! Sabei que ele foi um servo agradecido!
4. E lançamos, no Livro, um vaticínio aos israelitas: causareis corrupção duas vezes) na terra e vos tornareis muito arrogantes.
5. E quanto se cumpriu a primeira, enviamos contra eles servos Nossos poderosos, que adentraram seus lares e foi cumprida a (Nossa) cominação.
6. Logo vos concedemos a vitória sobre eles, e vos agraciamos com bens e filhos, e vos tornamos mais numerosos.
7. Se praticardes o bem, este reverte-se-á em vosso próprio benefício; se praticardes o mal, será em prejuízo vosso. E quando se cumpriu a (Nossa) Segunda cominação, permitimos (aos vossos inimigos) afligir-vos e invadir o Templo, tal como haviam invadido da primeira vez, e arrasar totalmente com tudo quanto havíeis conquistado.
8. Pode ser que o vosso Senhor tenha misericórdia de vós; porém, se reincidirdes (no erro), Nós reincidiremos (no castigo) e faremos do inferno um cárcere para os incrédulos.
9. Em verdade, este Alcorão encaminha à senda mais reta e anuncia aos fiéis benfeitores que obterão uma grande recompensa.
10. E para aqueles que negam a outra vida, porém, temos preparado um doloroso castigo.
11. O homem impreca pelo mal, ao invés de suplicar pelo bem, porque o homem é impaciente.
12. Fizemos da noite e do dia dois exemplos; enquanto obscurecemos o sinal da noite, fizemos o sinal do dia para iluminar-vos, para que procurásseis a graça de vosso Senhor, e para que conhecêsseis o número dos anos e o seu cômputo; e explanamos claramente todas as coisas.
13. E casa homem lhe penduramos ao pescoço o seu destino e, no Dia da Ressurreição, apresentar-lhes-emos um livro, que encontrará aberto.
14. (E lhe diremos): Lê o teu livro! Hoje bastarás tu mesmo para julgar-te.
15. Quem se encaminha, o faz em seu benefício; quem se desvia, o faz em seu prejuízo, e nenhum pecador arcará com a culpa alheia. Jamais castigamos (um povo), sem antes termos enviado um mensageiro.
16. E se pensamos em destruir uma cidade, primeiramente enviamos uma ordem aos seus habitantes abastados que estão nela corromperem os Nossos mandamentos; esta (cidade), então, merecerá o castigo; aniquilá-la-emos completamente.
17. Quantas gerações temos exterminado depois de Noé! Porém, basta tão-somente que teu Senhor conheça e veja os pecados dos Seus servos.
18. A quem quiser as coisas transitórias (deste mundo), atendê-lo-emos ao inferno, em que entrará vituperado, rejeitado.
19. Aqueles que anelarem a outra vida e se esforçarem para obtê-la, e forem fiéis, terão os seus esforços retribuídos.
20. Tanto a estes como àqueles agraciamos com as dádivas do teu Senhor; porque as dádivas do teu Senhor jamais foram negadas a alguém.
21. Repara em como temos dignificado uns mais do que outros. Porém, na outra vida, há maiores dignidades e mais distinção.
22. Não tomes, junto com Deus (ó humano) outra divindade, porque serás vituperado, aviltado.
23. O decreto de teu Senhor é que não adoreis senão a Ele; que sejais indulgentes com vossos pais, mesmo que a velhice alcance um deles ou ambos, em vossa companhia; não os reproveis, nem os rejeiteis; outrossim, dirigi-lhes palavras honrosas.
24. E estende sobre eles a asa da humildade, e dize: Ó Senhor meu, tem misericórdia de ambos, como eles tiveram misericórdia de mim, criando-me desde pequenino!
25. Vosso Senhor é mais sabedor do que ninguém do que há em vossos corações. Se sois virtuosos, sabei que Ele é Indulgente para com os contritos.
26. Concede a teu parente o que lhe é devido, bem como ao necessitado e ao viajante, mas não sejas perdulário,
27. Porque os perdulários são irmãos dos demônios, e o demônio foi ingrato para com o seu Senhor.
28. Porém, se te absténs (ó Mohammad) de privar com eles com o fim de alcançares a misericórdia de teu Senhor, a qual almejas, fala-lhes afetuosamente.
29. Não cerres a tua mão excessivamente, nem a abras completamente, porque te verás censurado, arruinado.
30. Teu Senhor prodigaliza e provê, na medida exata, a Sua mercê a quem Lhe apraz, porque está bem inteirado e é Observador dos Seus servos.
31. Não mateis vossos filhos por temor à necessidade, pois Nós os sustentaremos, bem como a vós. Sabei que o seu assassinato é um grave delito.
32. Evitai a fornicação, porque é uma obscenidade e um péssimo exemplo!
33. Não mateis o ser que Deus vedou matar, senão legitimamente; mas, quanto a quem é morto injustamente, facultamos ao seu parente a represália; porém, que não se exceda na vingança, pois ele está auxiliado (pela lei).
34. Não disponhais do patrimônio do órfão senão da melhor forma, até que ele chegue à puberdade, e cumpri o convencionado, porque o convencionado será reivindicado.
35. E quanto instituirdes a medida, fazei-o corretamente; pesai na balança justa, porque isto é mais vantajoso e de melhor conseqüência.
36. Não sigas (ó humano) o que ignoras, porque pelo teu ouvido, pela tua vista, e pelo teu coração, por tudo isto será responsável!
37. E não te conduzas com jactância na terra, porque jamais poderás fendê-la, nem te igualar, em altura, às montanhas.
38. De todas as coisas, a maldade é a mais detestável, ante o teu Senhor.
39. Eis o que da sabedoria te inspirou teu Senhor: Não tomes, junto com Deus, outra divindade, porque será arrojado no inferno, censurado, rejeitado.
40. Porventura, vosso Senhor designou para vós os varões e escolheu para Si, dentre os anjos, as filhas? Sabei que proferis uma grande blasfêmia.
41. Temos reiterado os Nossos conselhos neste Alcorão, para que se persuadam; porém, isso não logra fazer mais do que aumentar-lhes a aversão.
42. Dize-lhes: Se, como dize, houvesse, juntamente com Ele, outros deuses, teriam tratado de encontrar um meio de contrapor-se ao Soberano do Trono.
43. Glorificado e sublimemente exaltado seja Ele, por tudo quanto blasfemam!
44. Os setes céus, a terra, e tudo quanto neles existe glorificam-No. Nada existe que não glorifique os Seus louvores! Porém, não compreendeis as suas glorificações. Sabei que Ele é Tolerante, Indulgentíssimo.
45. E, quando recitas o Alcorão, interpomos um véu invisível entre ti e aqueles que não crêem na outra vida.
46. E sigilamos os corações para que não o compreendessem, e ensurdecemos os seus ouvidos. E, quando, no Alcorão, mencionas unicamente teu Senhor, voltam-te as costas desdenhosamente.
47. Sabemos, melhor do que ninguém, quando vêm escutar-te e porque o fazem; e quando se encontram em confidência, os iníquos dizem: Não seguis senão um homem enfeitiçado!
48. Olha com o que te comparam! Porém, assim se desviam, e nunca encontrarão senda alguma.
49. Dizem: Quê! Quando estivermos reduzidos a ossos e pó, seremos, acaso reencarnados em uma nova criação?
50. Dize-lhes: Ainda que fôsseis pedras ou ferro,
51. Ou qualquer outra criação inconcebível às vossas mentes (seríeis ressuscitados). Perguntarão, então: Quem nos ressuscitará? Respondeu-lhes: Quem vos criou da primeira vez! Então, meneando a cabeça, dirão: Quando ocorrerá isso? Responde-lhes: Talvez seja logo!
52. Será no dia em que Ele vos chamar e em que vós O atendereis, glorificando os Seus louvores; e vos parecerá que não permanecestes ali senão pouco tempo.
53. E dize aos Meus servos que digam sempre o melhor, porque Satanás causa dissensões entre eles, pois Satanás é um inimigo declarado do homem.
54. Vosso Senhor vos conhece melhor do que ninguém. Se Lhe apraz, apiada-Se de vós e, se quer, castiga-vos. Não te enviamos como guardião deles.
55. Teu Senhor conhece melhor do que ninguém aqueles que estão nos céus e na terra. Temos preferido a uns profetas sobre outros, e concedemos os Salmos a Davi.
56. Dize-lhes: Invocai os que pretendeis em vez d’Ele! Porém não poderão vos livrar das adversidades, nem as modificar.
57. Aqueles que invocam anseiam por um meio que os aproxime do seu Senhor e esperam a Sua misericórdia e temem o Seu castigo, porque o castigo do teu Senhor é temível!
58. Não existe cidade alguma que não destruiremos antes do Dia da Ressurreição ou que não a castigaremos severamente; isto está registrado no Livro.
59. E não enviamos os sinais somente porque os primitivos os desmentiram. Havíamos apresentado ao povo de Tamud a camela como um sinal evidente, e eles a trataram erradamente; porém, jamais enviamos sinais, senão para adverti-los.
60. E quanto te dissemos: Teu Senhor abrange toda a humanidade. A visão que te temos mostrado não foi senão uma prova para os humanos, o mesmo que a árvore maldita no Alcorão. Nós o advertimos! Porém, isto não fez mais do que aumentar a sua grande transgressão.
61. E quando dissemos aos anjos: Prostrai-vos ante Adão!, prostraram-se todos, menos Lúcifer, que disse: Terei de prostrar-me ante quem criaste do barro?
62. E continuou: Atenta para este, que preferiste a mim! Juro que se me tolerares até o Dia da Ressurreição, salvo uns poucos, apossar-me-ei da sua descendência!
63. Disse-lhe (Deus): Vai-te, (Satanás)! E para aqueles que te seguirem, o inferno será o castigo bem merecido!
64. Seduze com a tua voz aqueles que puderes, dentre eles; aturde-os com a tua cavalaria e a tua infantaria; associa-te a eles nos bens e nos filhos, e faze-lhes promessas! Qual! Satanás nada lhes promete, além de quimeras.
65. Não terás autoridade alguma sobre os Meus servos, porque basta o teu Senhor para Guardião.
66. Vosso Senhor é Quem faz singrar o mar, os navios para que procureis algo da Sua graça, porque Ele é Misericordioso para convosco.
67. E quando, no mar, vos açoita a adversidade, aqueles que invocais além d’Ele desvanecem-se; porém, quando vos salva, conduzindo-vos à terra, negai-Lo, porque é próprio do homem ser ingrato.
68. Estais, acaso, seguros de que Ele não fará a terra tragar-vos ou de que não desencadeará sobre vós um furacão, sem que possais encontrar guardião algum?
69. Ou estais, então, seguros de que não vos devolverá novamente ao mar e de que não desencadeará sobre vós uma tormenta que vos afogará, por vossa ingratidão, sem que possais encontrar quem vos aproxime de Nós?
70. Enobrecemos os filhos de Adão e os conduzimos pela terra e pelo mar; agraciamo-los com todo o bem, e preferimos enormemente sobre a maior parte de tudo quanto criamos.
71. Um dia convocaremos todos os seres humanos, com os seus (respectivos) imames. E aqueles a quem forem entregues os seus livros na destra, lê-los-ão e não serão defraudados no mínimo que seja.
72. Porém, quem estiver cego neste mundo estará cego no outro, e mais desencaminhado ainda!
73. Se pudessem, afastar-te-iam do que te temos inspirado para forjares algo diferente. Então, aceitar-te-iam por amigo.
74. E se não te tivéssemos firmado, ter-te-ias inclinado um pouco para eles.
75. Neste caso, ter-te-íamos duplicado (o castigo) nesta vida e na outra, e não terias encontrado quem te defendesse de Nós.
76. Conspiraram atemorizar-te na terra (de Makka), com o fito de te expulsarem dela; porém, não permaneceriam muito tempo ali, depois de ti.
77. Tal é a lei que havíamos enviado, antes de ti, aos Nossos mensageiros, e não acharás mudança em Nossa lei.
78. Observa a oração, desde o declínio do sol até à chegada da noite, e cumpre a recitação matinal, porque é sempre testemunhada.
79. E pratica, durante a noite, orações voluntárias; talvez assim teu Senhor te conceda uma posição louvável.
80. E dize: Ó Senhor meu, faze com que eu entre com honradez e saia com honradez; concede-me, de Tua parte, uma autoridade para socorrer(-me).
81. Dize também: Chegou a Verdade, e a falsidade desvaneceu-se, porque a falsidade é pouco durável.
82. E revelamos, no Alcorão, aquilo que é bálsamo e misericórdia para os fiéis; porém, isso não fará mais do que aumentar a perdição dos iníquos.
83. Mas, quando agraciamos o homem, ele Nos desdenha e se envaidece; em troca, quando o mal o açoita, ei-lo desesperado.
84. Dize-lhes: Cada qual age a seu modo; porém, vosso Senhor conhece mais do que ninguém o melhor encaminhado.
85. Perguntar-te-ão sobre o Espírito. Responde-lhes: O Espírito está sob o comando do meu Senhor, e só vos tem sido concedida uma ínfima parte do saber.
86. Se quiséssemos, poderíamos anular tudo quanto te temos inspirado, e não encontrarias, então, defensor algum, ante Nós;
87. Porém, (tal não foi anulado) por misericórdia de teu Senhor. Sua graça para contigo é imensa.
88. Dize-lhes: Mesmo que os humanos e os gênios se tivessem reunido para produzir coisa similar a este Alcorão, jamais teriam feito algo semelhante, ainda que se ajudassem mutuamente.
89. Temos exposto neste Alcorão toda a sorte de exemplos para os humanos, porém, a maioria dos humanos o nega.
90. E dizem: Não creremos em ti, a menos que nos faças brotar um manancial da terra,
91. Ou que possuas um jardim de tamareiras e videiras, em meio ao qual faças brotar rios abundantes.
92. Ou que faças cair o céus em pedaços sobre nós, como disseste (que aconteceria), ou nos apresentes Deus e os anhos em pessoa,
93. Ou que possuas uma casa adornada com ouro, ou que escales o céus, pois jamais creremos na tua ascensão, até que nos apresentes um livro que possamos ler. Dize-lhes: Glorificado seja o meu Senhor! Sou, porventura, algo mais do que um Mensageiro humano?
94. Que foi que impediu os humanos de crerem, quando lhes chegou a orientação? Disseram: Acaso, Deus teria enviado por Mensageiro um mortal?
95. Responde-lhes: Se na terra houvesse anjos, que caminhassem tranqüilos, Ter-lhes-íamos enviado do céu um anjo por mensageiro.
96. Dize-lhes: Basta-me Deus por Testemunha, entre vós e mim, porque Ele está bem inteirado de Seus servos e é Onividente.
97. Aquele que Deus encaminhar estará bem encaminhado; e àqueles que deixar que se extraviem, jamais lhes encontrarás protetor, em vez d’Ele. No Dia da Ressurreição os congregaremos, prostrados sobre os seus rostos, cegos, surdos e mudos; o inferno será a sua morada e, toda a vez que se extinguir a sua chama, avivá-la-emos.
98. Isso será o seu castigo, porque negam os Nosso versículos e dizem: Quê! Quando estivermos reduzidos a ossos e pó, seremos, acaso, reencarnados em uma nova criação?
99. Não reparam em que Deus, Que criou os céus e a terra, é capaz de criar outros seres semelhantes a eles, e fixar-lhes um destino indubitável? Porém, os iníquos negam tudo.
100. Dize-lhes: Se possuísseis os tesouros da misericórdia de meu Senhor, vós os mesquinharíeis, por temor de gastá-los, pois o homem foi sempre avaro.
101. Concedemos a Moisés nove sinais evidentes – pergunta, pois, aos israelitas, sobre isso -; então o Faraó lhe disse: Creio, ó Moisés, que estás enfeitiçado!
102. Moisés lhe disse: Tu bem sabes que ninguém, senão o Senhor dos céus e da terra, revelou estas evidências, e por certo, ó Faraó, creio que estás condenado à perdição.
103. E o Faraó quis bani-los da terra; porém, afogamo-lo, com os que com ele estavam.
104. E depois disso dissemos aos israelitas: Habitai a Terra, porque, quando chegar a Segunda cominação, reunir-vos-emos em grupos heterogêneos.
105. E o temos revelado (o Alcorão) em verdade e, em verdade, revelamo-lo e não te enviamos senão como alvissareiro e admoestador.
106. É um Alcorão que dividimos em partes, para que o recites paulatinamente aos humanos, e que revelamos por etapas.
107. Dize-lhes: Quer creiais nele ou não, sabei que aqueles que receberam o conhecimento, antes dele, quando lhos é recitado, caem de bruços, prostrando-se.
108. E dizem: Glorificado seja o nosso Senhor, porque a Sua promessa foi cumprida!
109. E caem de bruço, chorando, e isso lhes aumenta a humildade.
110. Dize-lhes: Quer invoqueis a Deus, quer invoqueis o Clemente, sabei que d’Ele são os mais sublimes atributos! Não profiras (ó Mohammad) a tua oração em voz muito alta, nem em vos demasiado baixa, mas procura um tom médio, entre ambas.
111. E dize: Louvado seja Deus, que jamais teve filho algum, tampouco teve parceiro algum na Soberania, nem (necessita) de ninguém para protegê-Lo da humilhação, e é exaltado com toda a magnificência.

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